O Nordeste e a Energia Eólica

O Brasil possui uma extensa e diversificada malha energética, com enorme potencial para atividade de energias renováveis, especialmente na Região Nordeste. De acordo com dados do Conselho Global de Energia Eólica (GWEC), o Brasil se está entre os 6 maiores geradores de energia eólica no mundo e se encontra num processo de evolução de sua capacidade energética, com aprovação de leis e legislações que facilitam o processo para a implementação da tecnologia no território. Com base nesses parâmetros, os dados da GWEC também mostraram que o potencial energético dos ventos advindos do oceano (offshore) pode ser provido por toda a costa do país, contudo, os melhores resultados foram encontrados para as áreas a norte da Região Sudeste.

Com base nessa ideia, Do Carmo et al. (2022) estudaram os perfis de ventos offshore da Região Nordeste, com a finalidade de analisar os melhores cenários para o potencial eólico da região, além dos avanços já existentes. Verificou-se que existem muitos métodos de estimativa de perfis de vento e vários deles têm resultados diferentes, portanto, muitos cálculos de potenciais de vento não demonstram o verdadeiro potencial energético de uma região, levando a perdas e falhas de planejamento. Nesse estudo foram utilizados dados da reanálise ERA5 e do Omega energia SODAR, e com isso, confirmou-se as condições altamente favoráveis à implementação de turbinas eólicas offshore no litoral do Maranhão, Piauí, Ceará e principalmente, no Rio Grande do Norte.

Com relação ao potencial eólico onshore (no continente) do Nordeste, o mesmo já estava sendo anteriormente explorado. De acordo com a Associação Brasileira Eólica, mais da metade dos parques eólicos do Brasil se encontram no Nordeste, sendo a ampla maioria de caráter onshore. Um desses exemplos é o Parque Eólico Lagoa dos Ventos, no Piauí, que conta com mais de 200 turbinas eólicas e é o maior parque eólico da América do Sul. Apesar disso, a liderança da atividade de geração eólica na Região está com os estados do Rio Grande do Norte e Bahia, segundo informações do governo brasileiro.

Figura 2 – Parque Eólico Lagoa dos Ventos, ENEL Green Power

Nos próximos anos, o Brasil pretende ampliar os investimentos no setor elétrico, com previsão para que a geração de energia elétrica chegue a 275 GW até 2031. Neste ano, o nível de renovabilidade da energia deve alcançar os 83%, além de um acréscimo na energia por meio offshore. Atualmente o país possui mais de 50 projetos de regulamentação de complexos eólicos offshore e deseja ampliar a marca, com enfoque na Região Nordeste.

CA: UFRJ

Autor Principal: Pedro Paganoto

Demais Autores: Membros do CA UFRJ

Referências:

Você sabe o que é um ciclone bomba?

Autor: Vitor Custódio Castilho

Revisão: membros do grupo PET Meteorologia da UFPEL

À medida que nos aproximamos do inverno, a frequência dos ciclones extratropicais formados na costa da região Sul do país aumenta, o que é comum devido à localização da região no globo terrestre. Diante disso, a chance de que tenhamos ciclones explosivos/bombas também aumenta. Mas o que é um ciclone bomba?

Um ciclone bomba/explosivo é um ciclone extratropical que se aprofunda muito rapidamente. Há uma escala de medida que define quando um ciclone extratropical é considerado explosivo ou não, o chamado Bergeron. Quando um ciclone atinge o valor de 1 Bergeron ele é considerado explosivo/bomba. Para entender melhor, para que um ciclone chegue a uma unidade dessa escala é necessário que a pressão atmosférica no seu centro diminua 24 milibares (ou 24 hPa), dividido por um fator da latitude do ciclone, num período de 24 horas.

Sendo assim, nem todos os ciclones que se desenvolvem rapidamente são realmente ciclones explosivos. Mas para fins de previsão do tempo, ao se observar projeções e condições de um ciclone com rápido desenvolvimento que se aproxime dos critérios estabelecidos é possível classificá-lo como um ciclone do tipo bomba e emitir um alerta para as áreas no caminho deste sistema.

Os ciclones extratropicais estão sempre associados a passagens de sistemas frontais (frente fria e frente quente) que fazem parte do seu ciclo de vida. Logo, sabe-se que a formação desses sistemas irá provocar ventos, chuva e ressaca no mar. No caso dos ciclones do tipo bomba, os efeitos serão intensificados devido à queda muito rápida da pressão atmosférica, aumentando a chance de tempo severo, forte ressaca no litoral e danos à população, por isso é sempre importante acompanhar as previsões e alertas emitidos diante da ocorrência desses fenômenos.

Quando se formam muito próximos à costa, os ventos fortes e as tempestades associadas a um ciclone bomba podem provocar problemas na produção e na distribuição de energia. Interrompendo a geração por turbinas eólicas, prejudicando a distribuição em caso de queda de árvores sobre postes de energia e até mesmo prejuízos à rede de transmissão quando há danos em torres de transmissão. Esses fatores acendem um alerta para as empresas de energia, pois é necessário que estejam preparadas para restaurar o fornecimento de energia o mais rápido possível para a população.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BITENCOURT, D. P.; FUENTES, M. V.; CARDOSO, C. S.. Climatologia de ciclones explosivos para a área ciclogenética da América do Sul. Revista Brasileira de Meteorologia, Florianópolis-SC, vol. 28, 2013. Acesso em 12 de abril de 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0102-77862013000100005

SANDERS, F.; GYAKUM, J.R.. Synoptic dynamic climatology of the ”Bomb”. Monthly Weather Review, v. 108, n. 10, p.1589-1606, 1980. Acesso em 12 de abril de 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1175/1520-0493(1980)108%3C1589:SDCOT%3E2.0.CO;2

A Meteorologia como um guia para o setor elétrico

A meteorologia possui uma relação direta com o setor elétrico, principalmente na geração de energia renovável, planejamento da operação de sistemas elétricos e na gestão de demanda de energia. A meteorologia fornece informações essenciais para a tomada de decisões  e garante a segurança da operação do sistema elétrico. Aqui estão algumas das principais áreas em que a meteorologia está relacionada com o setor elétrico:

Geração de Energia Renovável: A meteorologia é um fator crítico na geração de energia renovável, como a energia eólica, solar e hidrelétrica. Por exemplo, a previsão do vento é fundamental para a operação eficiente de parques eólicos, permitindo o planejamento da geração de energia com antecedência e a otimização do desempenho dos parques eólicos. Da mesma forma, a previsão da irradiação solar é importante para a geração de energia solar fotovoltaica, possibilitando o gerenciamento da produção de energia de acordo com a disponibilidade de luz solar.

Planejamento da Operação de Sistemas Elétricos: A meteorologia é usada no planejamento e operação de sistemas elétricos para garantir o suprimento confiável e econômico de energia. As previsões meteorológicas são usadas para estimar a demanda de energia elétrica, considerando fatores como temperatura, umidade e condições climáticas que afetam o consumo de eletricidade. Isso ajuda as concessionárias de energia a programar a geração e a distribuição de energia para atender às necessidades de demanda em tempo real.

Distribuição de energia: A meteorologia também desempenha um papel importante na gestão da demanda e disponibilidade de energia elétrica. Por exemplo, a previsão do tempo é usada para prever eventos climáticos extremos, como tempestades, ondas de calor ou frio intenso. As concessionárias de energia usam essas informações para se preparar adequadamente e garantir que a energia elétrica chegue a todos os locais de forma segura e ininterrupta.

Gestão de Demanda e Oferta de Energia: O clima tem uma grande influência no preço da energia elétrica, uma vez que a geração de energia é fortemente afetada pelas condições climáticas. Em períodos de seca, por exemplo, a produção de energia hidrelétrica é fortemente comprometida, o que eleva o preço da energia no mercado. Além disso, em épocas de temperaturas extremas, como no verão ou no inverno, há uma maior demanda por energia para climatização e aquecimento, o que também afeta os preços.

Em resumo, a meteorologia desempenha um papel crítico no setor elétrico, fornecendo informações essenciais para a geração de energia renovável, planejamento da operação de sistemas elétricos e na gestão de demanda e oferta de energia. As previsões meteorológicas são usadas para tomar decisões estratégicas e operacionais que afetam a produção, distribuição e consumo de energia elétrica, contribuindo para um setor elétrico mais eficiente e confiável tornando-o, ainda, um grande aliado na luta contra as mudanças climáticas.

Por isso a importância do acompanhamento das condições meteorológicas e do uso de software climático para auxiliar nas tomadas de decisões no setor de energia. Entre em contato com nossos meteorologistas e entenda mais sobre o sistema e as aplicações para o seu negócio.

Autor(a): Tabata Macêdo

Centro Acadêmico de Meteorologia da UEA

A meteorologia como um guia para o setor elétrico

A meteorologia tem uma relação direta com o setor elétrico em várias áreas, principalmente na geração de energia renovável, planejamento da operação de sistemas elétricos e na gestão de demanda e oferta de energia. Nossa área fornece informações essenciais para a tomada de decisões relacionadas à geração, distribuição e consumo de energia elétrica. Aqui estão algumas das principais áreas em que a meteorologia está relacionada com o setor elétrico:

Geração de Energia Renovável: A área é um fator crítico na geração de energia renovável, como a energia eólica, solar e hidrelétrica. Por exemplo, a previsão do vento é fundamental para a operação eficiente de parques eólicos, permitindo o planejamento da geração de energia com antecedência e a otimização do desempenho dos aerogeradores. Da mesma forma, a previsão da irradiação solar é importante para a geração de energia solar fotovoltaica, possibilitando o gerenciamento da produção de energia de acordo com a disponibilidade de luz solar.

Planejamento da Operação de Sistemas Elétricos: A meteorologia é usada no planejamento e operação de sistemas elétricos para garantir o suprimento confiável e econômico de energia. As previsões meteorológicas são usadas para estimar a demanda de energia elétrica, considerando fatores como temperatura, umidade e condições climáticas que afetam o consumo de eletricidade. Isso ajuda as concessionárias de energia a programar a geração e a distribuição de energia para atender às necessidades de demanda em tempo real.

Gestão de Demanda e Oferta de Energia: A meteorologia também desempenha um papel importante na gestão da demanda e oferta de energia elétrica. Por exemplo, a previsão do tempo é usada para prever eventos climáticos extremos, como tempestades, ondas de calor ou frio intenso, o que pode afetar a demanda e a oferta de energia. As concessionárias de energia usam essas informações para se preparar adequadamente, como o acionamento de usinas térmicas adicionais durante períodos de alta demanda devido a condições climáticas adversas.

Previsão de Energia Renovável: A previsão de energia renovável é uma área especializada da meteorologia que envolve a previsão da produção de energia a partir de fontes renováveis, como energia eólica e solar, com antecedência. Essas previsões são usadas na operação em tempo real do sistema elétrico para equilibrar a oferta e demanda de energia, garantindo a estabilidade do sistema e a qualidade do fornecimento de energia.

Em resumo, a meteorologia desempenha um papel crítico no setor elétrico, fornecendo informações essenciais para a geração de energia renovável, planejamento da operação de sistemas elétricos e na gestão de demanda e oferta de energia. As previsões meteorológicas são usadas para tomar decisões estratégicas e operacionais que afetam a produção, distribuição e consumo de energia elétrica, contribuindo para um setor elétrico mais eficiente e confiável tornando-o, ainda, um grande aliado na luta contra as mudanças climáticas.

Autor(a): Tabata Macêdo

Revisão: Caio Profiro e Ana Clara Marques

Centro Acadêmico de Meteorologia da UEA

ChatGPT e a Meteorologia: o futuro da previsão do tempo?

O ChatGPT vem sendo o novo fenômeno mundial da internet nos últimos meses. A fama do ChatGPT reflete no tempo que o mesmo levou para atingir a base de 100 milhões de usuários: 2 meses! Para fins de comparação, o Tik Tok levou 9 meses para atingir a mesma base, o que já era considerado um crescimento acelerado. A ideia aqui não é falar puramente do ChatGPT, mas sim explorar o que ele pode nos dizer sobre a previsão do tempo, e mais importante, sobre meteorologia aplicada ao setor elétrico.

Mas antes, vamos contextualizar o ChatGPT. Como o próprio nome diz, é um chat onde o usuário interage com uma inteligência artificial por meio de perguntas, sejam elas técnicas ou não. É possível inserir desde perguntas simples, como “Como é feito o computador?” até perguntas mais complexas solicitando um algoritmo de computador para realizar alguma tarefa, por exemplo. O ChatGPT foi criado pela empresa OpenAI utilizando uma massiva quantidade de dados em seu treinamento, sejam textos, livros, artigos, sites, entre outros. A base de dados utilizada foi até 2021, ou seja, dados a partir de 2022 não foram considerados em seu treinamento. Essa informação é importante pois já deixa claro que não é possível obter informações em tempo real de qualquer que seja o assunto, como por exemplo, a previsão do tempo para o dia seguinte. Mas vamos ver o que o ChatGPT sabe sobre previsão do tempo e o seu respectivo impacto no setor elétrico.

Pergunta: “O que você sabe sobre a previsão do tempo?”

ChatGPT: “A previsão do tempo é o processo de estimar as condições meteorológicas futuras em uma determinada região ou área. Isso envolve a análise de dados meteorológicos históricos e em tempo real, como temperatura, umidade, pressão atmosférica, velocidade e direção do vento, bem como a observação de padrões climáticos.

As previsões do tempo são geralmente feitas por meteorologistas usando modelos matemáticos complexos que usam dados coletados por satélites, radares, boias e estações meteorológicas em todo o mundo. Esses modelos usam algoritmos e equações para simular o comportamento da atmosfera e prever como as condições do tempo podem mudar ao longo do tempo.

As previsões do tempo podem ser de curto prazo (horas a alguns dias) ou de longo prazo (várias semanas ou meses). As previsões do tempo de curto prazo são mais precisas do que as previsões de longo prazo, pois há menos tempo para que as condições atmosféricas mudem drasticamente. As previsões do tempo são importantes para várias atividades humanas, como agricultura, transporte, construção e recreação ao ar livre, entre outras. É importante lembrar, no entanto, que a previsão do tempo não é uma ciência exata, e as condições atmosféricas podem mudar rapidamente e de maneiras inesperadas.”

Pergunta: “Qual o impacto da previsão do tempo no setor elétrico?”

ChatGPT: “A previsão do tempo tem um impacto significativo no setor elétrico, especialmente na geração e distribuição de energia. A previsão precisa das condições climáticas é fundamental para a tomada de decisões operacionais e estratégicas nas empresas de energia elétrica.

A geração de energia eólica e solar, que são fontes renováveis, depende diretamente das condições climáticas. Por exemplo, a geração de energia eólica depende da velocidade e direção do vento, enquanto a geração de energia solar depende da quantidade de radiação solar. Portanto, a previsão do tempo precisa é fundamental para garantir a estabilidade do fornecimento de energia renovável.

Além disso, a previsão do tempo é essencial na gestão de riscos operacionais, como a prevenção de sobrecargas e quedas de tensão na rede elétrica em situações de tempestades ou ventos fortes. Também é importante para planejar a manutenção preventiva e corretiva da rede elétrica.

Em resumo, a previsão do tempo é fundamental para garantir a confiabilidade, eficiência e segurança da geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, tornando-se um elemento crítico para a tomada de decisões no setor elétrico.”

De acordo com as respostas do ChatGPT, podemos perceber que as respostas tendem a ser genéricas e bem amplas, porém, quanto mais detalhes forem inseridos na pergunta, maior a precisão das respostas. Vamos detalhar um pouco mais a pergunta:

Pergunta: “Qual o impacto de uma tempestade intensa nas torres de transmissão de energia?”

ChatGPT: Uma tempestade intensa pode ter um impacto significativo nas torres de transmissão de energia, principalmente devido a ventos fortes e descargas elétricas associadas a raios.

Os ventos fortes podem danificar a estrutura das torres de transmissão, especialmente se a tempestade tiver rajadas de vento ou ventos com força suficiente para dobrar ou quebrar as torres. Isso pode levar à queda de linhas de transmissão e a interrupção do fornecimento de energia elétrica em áreas afetadas.

As descargas elétricas associadas a raios também podem afetar as torres de transmissão e outras partes da rede elétrica. Quando um raio atinge uma torre de transmissão, pode gerar correntes elétricas que podem danificar os equipamentos elétricos associados. Além disso, as descargas elétricas podem causar sobretensões na rede elétrica, o que pode afetar outros equipamentos elétricos.

Portanto, as tempestades intensas podem afetar a confiabilidade da rede elétrica e podem levar a interrupções prolongadas no fornecimento de energia elétrica em áreas afetadas. Para minimizar esses impactos, as empresas de energia elétrica geralmente implementam medidas de proteção, como o uso de para-raios em torres de transmissão e a manutenção regular da rede elétrica.”

Podemos perceber que agora o ChatGPT trouxe exemplos mais práticos do que pode acontecer com as torres de transmissão de energia em caso de uma tempestade intensa, ocasionando danos na infraestrutura ou o desligamento das linhas – situação comum em algumas regiões do Brasil, especialmente no período chuvoso. De maneira geral, o ChatGPT pode ser utilizado para aprender sobre os mais diversos temas, para a criação de textos, scripts e muitas outras aplicações. Inclusive, a própria Microsoft já implementou o ChatGPT em diversos de seus produtos, como no buscador Bing e também no seu pacote Microsoft Office. É inegável que o ChatGPT é o mais novo produto disruptivo do mercado, abrindo um mundo de oportunidades que podem ser exploradas. Antes de finalizarmos, vamos ver se o ChatGPT conhece o grupo Climatempo e a Climatempo Energia?

Pergunta: “Você conhece a Climatempo ou a Climatempo Energia?”

ChatGPT: Sim, a Climatempo é uma empresa brasileira de meteorologia fundada em 1988 que fornece informações meteorológicas, previsões do tempo e serviços relacionados a diversas empresas e setores, como agricultura, energia, transporte, eventos e turismo.

A Climatempo Energia é uma divisão da Climatempo que oferece soluções e serviços de meteorologia para o setor de energia, incluindo análises de tendências, previsões e alertas meteorológicos para auxiliar na tomada de decisão em relação à gestão de usinas hidrelétricas, parques eólicos e solares, além de análises de risco para investimentos no setor de energia renovável.”

E mais uma vez o ChatGPT surpreende. Ainda que o ChatGPT seja uma excelente ferramenta para realizar consultas dos mais diversos temas, é necessário tomar cuidado. A própria documentação da OpenAI – empresa criadora do ChatGPT – menciona que existem limitações, inclusive podendo retornar respostas lógicas, porém incorretas. Além disso, como é uma inteligência artificial treinada a partir de dados disponíveis na internet, é possível que em alguns casos o chat retorne respostas com algum tipo de viés, seja ele positivo ou negativo.

Especialmente no que se refere a meteorologia, o ChatGPT é bom para verificar alguns conceitos simples, mas não para substituir o conhecimento técnico de um meteorologista. Ou seja, caso tenha qualquer necessidade relacionada a monitoramento em tempo real das condições atmosféricas, identificação de riscos climáticos, avaliação de das mudanças climáticas e demais assuntos relacionados, entre em contato com a Climatempo Energia. Como o próprio ChatGPT ressaltou, possuímos mais de 30 anos de mercado e atualmente somos a maior empresa de meteorologia da América do Sul.

Quer saber mais? Entre em contato conosco pelo e-mail: verticalenergia@climatempo.com.br. Além disso, faça parte do nosso grupo de mudanças climáticas clicando aqui.

Os efeitos do El Niño e da La Niña na geração de energia em usinas hidrelétricas

Você sabia que os fenômenos climáticos El Niño e La Niña podem afetar a geração de energia elétrica? Mas antes de falarmos como eles impactam a geração, é preciso entender o que são e como agem esses fenômenos atmosféricos.

Primeiramente, é necessário entender que o El Niño é um fenômeno climático responsável pelo aumento anômalo na temperatura da superfície do oceano Pacífico, que naturalmente integra o sistema climático do planeta. Esse efeito gera mudanças principalmente nos padrões de temperaturas e de precipitações em diversas regiões do planeta.

Já a Lã Niña é o efeito contrário de El Niño, responsável pela redução  na temperatura da superfície do oceano Pacífico, também gerando mudanças nos padrões de temperatura e precipitação, como, por exemplo: aumento da intensidade das chuvas no Pacífico Sul, sudeste asiático e algumas regiões da América do Sul, enquanto em outras áreas ocorrem secas severas como a Austrália e algumas regiões do continente africano. Ambos os fenômenos costumam ocorrem em intervalos de 3 a 7 anos aproximadamente.

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Mas qual o impacto desses fenômenos na geração de energia?

Os países que dependem da energia hidrelétrica podem sofrer impactos significativos em sua geração durante os períodos de El Niño ou La Niña ativo, quando o regime de precipitação em algumas regiões são alteradas, diminuindo assim o nível dos seus reservatórios. Esse fenômeno pode prejudicar a capacidade de geração de energia, uma vez que a água é a fonte principal da energia hidrelétrica. É  importante lembrar que essas alterações nos padrões de precipitação podem trazer consigo inundações e danos à infraestrutura necessária para gerar e transmitir energia elétrica. 

Por isso a importância do acompanhamento das condições meteorológicas e do uso de software climático para auxiliar nas tomadas de decisões no setor de energia. Entre em contato com nossos meteorologistas e entenda mais sobre o sistema e as aplicações para o seu negócio.

A questão energética em meio à Guerra Rússia-Ucrânia

Há mais de um ano, Rússia e Ucrânia iniciaram um confronto que abalaria o mundo. Além das inúmeras vidas perdidas, diversos mercados foram afetados, como o de energia – cujo aumento dos preços e a interrupção de fornecimento é fator destaque.


De acordo com dados da EEA (European Environment Agency), mais de 70% das necessidades energéticas do continente europeu se satisfazem com a energia gerada pelos combustíveis fósseis, sendo um pouco menos da metade importado da Rússia, culminando momentos de instabilidade em um continente tão forte como a Europa, além de aumentar a chance de inflação e estagnação da economia ao nível global.

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Buscando evitar um colapso total na energia, líderes de países tentam acelerar a famigerada transição energética, que agrupa alternativas renováveis e cada vez menor dependência das fontes provenientes de petróleo e gás. Ressaltando a importância dos compromissos ambientais firmados entre o setor privado e órgãos – a exemplo da ONU (Organização das Nações Unidas) –, que impulsiona modelos sustentáveis para uma transição energética segura e justa.

Pedro Paganoto – Centro Acadêmico de Meteorologia da UFRJ

Revisão por Caio Profiro e Rafael Benassi

ENOS: O fenômeno do Século

De acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), o fenômeno La Niña chega oficialmente ao fim depois de atuar desde o segundo semestre de 2020, e informa também que as anomalias de temperaturas da superfície do mar na região tropical do oceano Pacífico apontam para um período de neutralidade. Mas antes de tudo, o que é ENOS? E La Niña?

A Oscilação Sul ou ENOS é um modo natural do sistema acoplado oceano-atmosfera com oscilações  de 2 a 7 anos entre suas fases quente (El Niño) e fria (La Niña) e capazes de afetar o Clima a nível global. O El Niño (La Niña) é caracterizado pelo aquecimento (resfriamento) anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico Tropical, no qual o El Niño causa secas (chuvas excessivas) sobre o norte e nordeste (sul e sudeste) da América do Sul. Já a La Niña causa o padrão inverso. 

Essa variabilidade do padrão de precipitação associado às fases quentes ou frias do ENOS o torna um fenômeno de extrema importância para os os mais variados setores, além de poderem causar diversos prejuízos socioeconômicos e ambientais às regiões afetadas. Setores como o de energia são fortemente afetados dependendo da fase atuante.

Em anos de El Niño, a geração das hidrelétricas tende a ser favorecida na região Sul do Brasil, visto que temos o aumento das chuvas, ao mesmo tempo em que são desfavorecidas sobre o nordeste brasileiro, o que favorece a geração de energia eólica na região. Lembrando ainda, que, os eventos podem ter impactos menores ou maiores dependendo da intensidade, ou seja, um evento forte pode causar secas mais severas como foi o caso do EL Niño 2015/16 de teve efeitos devastadores ao redor do mundo, em especial sobre a região do Baixo Tapajós na Amazônia, com secas e incêndios florestais.

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É inegável que esse é um evento cujos impactos possuem grande alcance, e pelos motivos apresentados, devemos ficar de olho no seu monitoramento. A pluma mais recente do Instituto Internacional de Pesquisa para Clima e Sociedade (IRI) indica condições de neutralidade sobre o Oceano Pacífico como mencionado anteriormente, que devem persistir até o fim outono do Hemisfério Sul, com formação do EL Niño 2023 a partir do inverno.

Por Tabata Macêdo e CAMet – UEA (Centro Acadêmico de Meteorologia da Universidade do Estado do Amazonas)

As mudanças climáticas e a tecnologia de captura de carbono

A mudança climática é um dos desafios ambientais mais urgentes que o mundo enfrenta hoje, e a redução das emissões de gases de efeito estufa é fundamental para enfrentá-la. Uma ferramenta potencial na luta contra a mudança climática é a tecnologia de captura de carbono, um processo que captura as emissões de dióxido de carbono de processos industriais e usinas elétricas. O dióxido de carbono capturado é então armazenado, seja no subsolo ou em outros locais de armazenamento.

A tecnologia de captura de carbono funciona através da captura de emissões de dióxido de carbono (CO2) antes que elas sejam liberadas na atmosfera. Os três principais tipos de tecnologia de captura são pós-combustão, pré-combustão, e combustão oxi-combustão.

A captura de carbono pós-combustão é a tecnologia mais comum e amplamente utilizada. Ela envolve a captura de CO2 após a combustão de combustíveis fósseis. Essa tecnologia normalmente usa solventes que são separados dos gases de combustão e aquecidos de modo que absorvem o CO2 do fluxo do gás de combustão.

A captura de carbono na pré-combustão envolve a captura de CO2 antes que o combustível fóssil seja queimado. Isso normalmente é feito convertendo o combustível em um gás e removendo o CO2 antes da combustão.

A oxi-combustão envolve a queima de combustíveis fósseis em um ambiente rico em oxigênio. Isso produz um gás de combustão que é quase inteiramente composto de CO2 e vapor de agua. O gás de combustão resultante é resfriado e condensado para remover o vapor de água, deixando um fluxo concentrado de CO2 que pode ser armazenado.

Além dos três principais tipos de tecnologia de captura de carbono, há vários outros métodos emergentes que estão sendo desenvolvidos e testados. Um desses métodos é a combustão por looping químico (CLC), que envolve o uso de partículas de óxido de metal para facilitar a combustão sem misturar ar com combustível.

Finalmente, há a captura direta do ar, que envolve a captura de CO2 diretamente do ar, usando equipamento especializado.

Captura direta de CO2 |  Foto: Climeworks/Dunlop

Uma vez capturado o CO2, ele precisa ser armazenado em algum lugar. Uma opção é armazená-lo no subsolo, em um processo chamado sequestro geológico de carbono, que envolve a injeção de CO2 em formações geológicas, tais como reservatórios esgotados de petróleo e gás, formações salinas, e veios de carvão não minerável. Quando injetados, o CO2 auxilia na extração do combustível restante. Este processo é chamado de recuperação avançada de petróleo e gás natural. O gás fica retido no reservatório, reduzindo as emissões e armazenando-o no subsolo.

Os benefícios potenciais da tecnologia de captura de carbono são significativos. Captando e armazenando dióxido de carbono, as emissões de processos industriais e usinas elétricas podem ser reduzidas. Essa tecnologia também pode ser usada para produzir hidrogênio, um combustível que pode ser usado em transporte e outras aplicações. Ela tem sido implementada com sucesso em vários projetos ao redor do mundo, incluindo pela Petrobrás, que reinjetou 10,6 milhões de toneladas de CO2 em 2022, cerca de 25% da indústria global no ano passado, segundo a Global CCS Institute. É a maior operação de captura, uso e armazenamento de carbono no mundo.

A implementação da tecnologia de captura de  carbono pode ser um desafio. A instalação e operação possuem altos custos, além da viabilidade técnica. Embora a tecnologia possa desempenhar um papel na mitigação das emissões de gases de efeito estufa, elas não são uma solução completa para as mudanças climáticas, pois elas capturam apenas uma parte das emissões e não tratam das causas subjacentes a essas emissões.

Autor: Bruno Lucas dos Santos Machado

Membro do CA da UFRJ 

Previsão do tempo: Traduzindo o seu impacto no setor de energia

O setor de distribuição de energia possui impacto direto dos eventos meteorológicos extremos, tal como ventos fortes, descargas atmosféricas e chuva extrema. Em questão de minutos, estes eventos podem danificar a infraestrutura elétrica, deixando milhares de consumidores sem energia. Além da falta de energia, em certos casos esses danos também podem colocar vidas em risco, especialmente aqueles em que há danos estruturais na rede. Durante a ocorrência dos eventos extremos, as empresas trabalham com rapidez e eficiência para minimizar a duração do período sem energia, de forma que a interrupção no fornecimento para a população seja mínima. No entanto, este pode ser um processo difícil, pois alguns eventos podem causar danos onde a rede prejudicada precisa ser totalmente substituída, o que também exige uma equipe preparada para tal situação.

Para reduzir a duração das interrupções de energia causadas por tempestades intensas, as empresas devem adotar uma abordagem proativa. Isso inclui garantir que a rede esteja em boas condições e sejam inspecionadas regularmente, bem como implementar estratégias para aumentar a agilidade e eficiência na restauração do fornecimento de energia. Em vista disso, a CPFL Energia em parceria com o Labs Climatempo, está realizando um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento no âmbito ANEEL com o objetivo de traduzir a informação da previsão do tempo em impacto operacional na rede de distribuição, ou seja, remover a subjetividade na interpretação dos dados meteorológicos e saber exatamente o impacto que determinada condição do tempo poderá causar na rede. Logo, recentemente a coordenadora de projetos da Climatempo Priscila Luz, publicou um trabalho no 103º Encontro Anual da American Meteorological Society, onde foram mostrados alguns resultados do projeto que está sendo desenvolvido.

Resumidamente, o projeto como um todo utiliza diversos dados meteorológicos combinados com os dados de desligamento por causas ambientais do grupo da CPFL Energia, de forma que estes dados são utilizados para treinar uma inteligência artificial que posteriormente resultará na previsão do impacto operacional, traduzindo previsão do tempo em previsão de ocorrências de desligamento de energia. 

O trabalho publicado neste evento mostrou parte do projeto que é utilizado como dado de entrada na rede neural, e engloba a confecção do mapa de risco a desligamentos de energia para as áreas de concessão da empresa. A técnica aplicada foi o método subjetivo denominado Analytic Hierarchy Process, que consiste resumidamente em pesos e hierarquia ponderada de camadas, juntamente com os especialistas da empresa, para identificação das regiões que possuem maiores riscos aos desligamentos nos estados estudados. A figura 1 mostra o exemplo das descargas atmosféricas, que é uma das camadas de dados meteorológicos que foram utilizadas na construção do mapa de risco.

Figura 1 – Densidade de raios nas áreas de concessão da CPFL Energia

Após a construção do mapa, os riscos são traduzidos em uma escala de 1 a 5, de maneira que 1 seja o menor risco e 5 o maior risco.

A figura 2 mostra o mapa de risco final para o estado do Rio Grande do Sul, onde se observa que a técnica de construção do mapa de risco conseguiu se aproximar das regiões de maior impacto de desligamentos registrados na área de concessão.

Figura 2 – Mapa de risco à interrupção de energia (esquerda) e interrupções registradas (direita) na área de concessão da CPFL no estado do Rio Grande do Sul.

Com as informações geradas, a empresa consegue planejar melhor as equipes que estarão a disposição durante as ocorrências e trabalhar melhor para reduzir a duração das interrupções de energia causados pelos eventos meteorológicos (chuva, ventos e raios), garantindo assim que os consumidores tenham a energia restaurada o mais rápido possível.

Portanto, o ecossistema de dados e tecnologias da Climatempo para quantificação de riscos climáticos, quando correlacionado com as falhas da rede, proporciona um produto extremamente eficiente para verificar a vulnerabilidade da rede diante destes riscos mapeados. A Climatempo é a maior empresa de meteorologia da América do Sul e possui grande experiência no tratamento e análise de dados meteorológicos, bem como na utilização destes dados para criação de modelos matemáticos que traduzem a informação em impacto operacional. Além disso, realizamos estudos de caracterização climática, mapeamento de riscos ao seu negócio, avaliação de projeções futuras e outros serviços personalizados para a sua empresa. 

Caso queira saber mais, entre em contato conosco pelo e-mail: verticalenergia@climatempo.com.br

Autor: Luciano Ritter

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