Oceanos em chamas: O Impacto crescente do aquecimento global

O aquecimento global causado pela atividade humana está deixando uma marca indelével nos oceanos do mundo. Uma pesquisa recente revela que as temperaturas dos oceanos atingiram níveis sem precedentes na era moderna, desencadeando uma série de consequências devastadoras para a vida marinha e os sistemas climáticos globais. 

Temperaturas oceânicas em ascensão

As descobertas mais recentes indicam que as temperaturas dos oceanos estão em uma trajetória alarmante de aquecimento. Dados coletados pelo Instituto de Física Atmosférica da Academia Chinesa de Ciências e pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA revelam que os oceanos têm quebrado recordes de calor por pelo menos sete anos consecutivos. Em 2023, os oceanos absorveram uma quantidade impressionante de calor, equivalente a oito bombas atômicas de Hiroshima detonando a cada segundo. Esse calor adicional está sendo detectado em várias profundidades oceânicas, com as temperaturas mais elevadas sendo mais evidentes nas águas superficiais.

Consequências da elevação das temperaturas oceânicas

O aumento das temperaturas dos oceanos desencadeia uma série de efeitos prejudiciais em escala global. A expansão térmica da água contribui para o aumento do nível do mar, ameaçando comunidades costeiras e ecossistemas sensíveis. Além disso, os corais, vitais para a biodiversidade marinha, são especialmente vulneráveis ao estresse térmico, resultando em branqueamento em larga escala. O derretimento acelerado do gelo marinho polar é outro desdobramento preocupante, exacerbando o problema do aumento do nível do mar e alterando os padrões climáticos.

Impacto nos eventos climáticos extremos

As temperaturas elevadas dos oceanos têm ramificações diretas no clima terrestre, influenciando a ocorrência de eventos climáticos extremos. O aquecimento oceânico cria condições propícias para a intensificação de eventos como chuvas intensas, secas prolongadas e tempestades severas. Em 2023, testemunhamos uma série de desastres climáticos, desde ondas de calor mortais até incêndios florestais devastadores e inundações recordes, todos atribuídos, em parte, ao calor oceânico em ascensão.

O custo crescente dos eventos climáticos extremos

Além dos impactos ambientais, os eventos climáticos extremos têm um custo financeiro substancial. Estudos recentes indicam que os danos causados por esses eventos custam milhões de dólares a cada hora. Em 2023, os Estados Unidos sozinhos enfrentaram bilhões de dólares em prejuízos, destacando a crescente urgência de medidas mitigadoras e adaptativas.

O aquecimento dos oceanos é uma manifestação direta do impacto das atividades humanas no meio ambiente. Sem uma ação urgente para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, as temperaturas dos oceanos continuarão a subir, desencadeando consequências cada vez mais graves para a vida marinha, os ecossistemas costeiros e os sistemas climáticos globais.

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Autor: Guilherme Alves Borges | Meteorologista Climatempo

Aumento alarmante de mortes por ondas de calor no Brasil

Uma análise realizada por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) nas 14 áreas urbanas mais populosas do Brasil revelou um excesso de 48.075 mortes relacionadas às ondas de calor entre os anos 2000 e 2018. O estudo, liderado pelo físico Djacinto Monteiro dos Santos, do Departamento de Meteorologia da UFRJ, destaca que as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste foram as mais afetadas, especialmente as Regiões Metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Recife, Belém e Cuiabá.

Aumento alarmante de mortes

No período de 2010, o Brasil enfrentou de 3 a 11 ondas de calor por ano, quase quatro vezes mais do que na década de 1970. Os dados inéditos, compilados por 12 pesquisadores de sete universidades e instituições brasileiras e portuguesas, apontam que as ondas de calor não apenas aumentaram em frequência, mas também em intensidade. A pesquisa utilizou o Fator de Excesso de Calor (EHF) para definir as ondas de calor, considerando intensidade, duração e frequência de aumentos de temperatura.

Consequências fatais e grupos vulneráveis

As consequências das ondas de calor são fatais, com cerca de 48 mil brasileiros perdendo a vida devido aos bruscos aumentos de temperatura. As principais causas de morte estão associadas a problemas circulatórios, doenças respiratórias e condições crônicas agravadas pela alta temperatura. Grupos mais vulneráveis identificados incluem idosos, mulheres, pessoas autodeclaradas pretas e pardas, com menor nível de escolaridade ou comorbidades como câncer.

Comparação internacional

Uma análise da mortalidade e temperatura em 326 cidades da América Latina revela que para cada 1 grau Celsius de aumento de temperatura, estima-se uma elevação de 5,7% no risco de morte, especialmente entre idosos com doenças cardiovasculares ou câncer. Essa situação não é exclusiva do Brasil, pois um estudo do Instituto de Saúde Global de Barcelona aponta que cerca de 70 mil pessoas podem ter morrido em toda a Europa em 2022 devido às temperaturas extremas.

O aumento alarmante das mortes relacionadas ao calor no Brasil requer medidas urgentes. O estudo destaca a importância de políticas públicas focadas na adaptação e prevenção, visando proteger os grupos mais vulneráveis. A conscientização da população sobre os riscos associados às ondas de calor e a implementação de estratégias para mitigar esses impactos tornam-se imperativos para garantir um futuro mais seguro diante das mudanças climáticas.

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Autor: Guilherme Alves Borges | Meteorologista Climatempo

Significado do limiar de 1,5°C e a complexidade na avaliação

No cenário complexo da ciência climática, o limiar de 1,5°C tornou-se um número central, representando o aquecimento médio global acima das temperaturas pré-industriais. Este limiar, estabelecido pelo Acordo de Paris, é fundamental para a política climática global, mas o que realmente significa?

Definindo o pré-industrial

A base desse número crucial é o conceito de “pré-industrial”. Enquanto datas históricas variam, a ciência define esse período entre 1850 e 1900, marcando o início da Revolução Industrial. Esse intervalo não é apenas uma escolha arbitrária, mas um ponto onde as emissões humanas começaram a afetar notavelmente as temperaturas globais.

Da ciência à diplomacia

O limiar de 1,5°C não surgiu aleatoriamente. Nas décadas de 1970 e 1980, cientistas exploraram diferentes limiares, mas o consenso internacional solidificou-se com o Acordo de Paris em 2015. Este acordo visava manter o aumento da temperatura abaixo de 2°C, com um esforço adicional para limitá-lo a 1,5°C, reconhecendo riscos aumentados além desse ponto.

Desafios na avaliação do limite

Determinar quando atingimos 1,5°C não é simples. As flutuações anuais podem superar temporariamente esse limiar, mas não indicam uma mudança permanente. A avaliação precisa envolve médias ao longo de décadas, suavizando influências naturais e revelando tendências de longo prazo.

Impactos e necessidade de ação

O limite de 1,5°C não representa um ponto de não retorno, mas cada incremento acima aumenta os riscos. Ações urgentes são cruciais para minimizar impactos severos, conforme evidenciado pelo Relatório Especial do IPCC de 2018. Este relatório enfatiza que mesmo pequenos aumentos além de 1,5°C têm implicações significativas.

Previsões e urgência

As previsões indicam que atingiremos 1,5°C em breve, possivelmente até 2040. No curto prazo, expectativas de temperaturas globais quentes persistem, enquanto projeções plurianuais mostram uma probabilidade considerável de ultrapassar o limite.

Em última análise, compreender o significado por trás do número 1,5°C exige considerar a ciência, a diplomacia internacional e a urgência de ações climáticas. Este limiar é mais do que uma estatística é um chamado à ação global para salvaguardar nosso planeta e suas comunidades.

(Referência: NOAA)

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Autor: Guilherme Alves Borges | Meteorologista Climatempo

O impacto do clima no varejo brasileiro

O ano de 2023 não foi apenas um desafio para os climatologistas, mas também para o setor de varejo no Brasil. Enfrentando um cenário meteorológico excepcional, as empresas deste setor foram impactadas de diversas maneiras, exigindo adaptação rápida e estratégias inovadoras para lidar com as condições climáticas extremas.

Calor intenso: Um início desafiador

O ano começou com temperaturas acima da média, antecipando um período excepcional. O calor persistente em janeiro e fevereiro afetou o comportamento do consumidor, impulsionando a demanda por produtos sazonais como roupas leves, protetor solar e itens de refrigeração.

Chuvas fora de época: Desafios no estoque e na logística

Abril trouxe mudanças inesperadas no padrão de chuvas. Regiões normalmente mais secas foram surpreendidas por chuvas intensas, impactando a oferta de produtos e a logística de entrega. Estratégias ágeis de estoque se tornaram cruciais para evitar escassez e atender às novas demandas.

Ondas de calor e frentes frias: Variações no comportamento de compra

O Brasil vivenciou ondas de calor em agosto e novembro, influenciando diretamente o comportamento dos consumidores. A demanda por itens de verão, como roupas leves e produtos de refrigeração, aumentou drasticamente durante esses períodos. Ao mesmo tempo, frentes frias geraram picos de compra de itens de inverno.

O papel estratégico da inteligência climática no varejo:

Empresas como a Climatempo se tornaram aliadas estratégicas para os varejistas, fornecendo informações meteorológicas detalhadas com antecedência. Essa inteligência climática permitiu ajustes precisos nas estratégias de estoque, promoções sazonais e na comunicação com os clientes.

Setores sensíveis às mudanças climáticas:

O setor de vestuário e calçados foi altamente sensível às flutuações climáticas, exigindo ajustes contínuos nas estratégias de estoque. Alimentos e bebidas também foram impactados, com variações nas vendas relacionadas às condições climáticas. O monitoramento constante do clima tornou-se essencial para a adaptação rápida a essas mudanças.

Adaptação e resiliência no varejo

O ano de 2023, marcado por eventos climáticos extremos, destacou a importância da adaptação e resiliência no setor de varejo. Empresas que incorporaram estratégias baseadas na inteligência meteorológica conseguiram não apenas enfrentar os desafios, mas também identificar oportunidades em meio às adversidades. O aprendizado de 2023 servirá como base para uma abordagem mais preparada e estratégica no futuro do varejo brasileiro.

Se quiser saber mais detalhes, sobre a previsão para as próximas estações, inscreva-se nos pacotes de workshops e boletins que a Climatempo está realizando através do projeto Clima do Futuro. Saiba mais aqui!

Autor: Guilherme Alves Borges – Meteorologista

Clima extremo, desinformação: Ameaça dupla

A pesquisa recente do Fórum Econômico Mundial destaca duas ameaças iminentes para o futuro global: as condições climáticas extremas e a desinformação. Esses desafios preocupam especialistas, ressaltando a urgência de compreender e enfrentar eventos climáticos extremos e a disseminação de informações imprecisas. Neste contexto, exploramos o papel da desinformação meteorológica e como informações precisas fazem a diferença durante eventos de chuva e calor intenso.

Desafio climático

A pesquisa identifica as condições climáticas extremas como o maior risco em 2024, destacando a necessidade urgente de lidar com as mudanças climáticas, à medida que esses eventos se tornam mais frequentes e impactantes.

Desinformação global

 Em segundo lugar na lista de riscos, a desinformação global transcende fronteiras e setores, alimentando-se da disseminação generalizada de informações imprecisas. Isso afeta decisões políticas e de liderança, podendo minar a legitimidade dos governos e gerar agitação social.

Desinformação meteorológica

Mas neste contexto, como a desinformação meteorológica emerge como uma ameaça crítica? Com a crescente frequência de eventos climáticos extremos, informações meteorológicas precisas são vitais para a segurança pública. Desvios nesse campo comprometem a confiança pública e têm implicações diretas na preparação e resposta a desastres naturais.

Comparativo

Enquanto a desinformação global atua em esferas mais abrangentes, afetando governos e instituições em diversas áreas, a desinformação meteorológica concentra-se nas condições climáticas. Ambas, no entanto, compartilham o poder de incitar agitações sociais e políticas. Enquanto a primeira tem poder maior para gerar instabilidade global, a última afeta diretamente a resiliência das comunidades diante de eventos climáticos extremos. E com uma frequência de desastres seguidos a instabilidades global pode ser diretamente afeta. 

Em face de um futuro marcado por mudanças climáticas e eventos extremos, é crucial reconhecer a interconexão entre condições climáticas adversas e a disseminação de informações imprecisas. A integridade nas informações meteorológicas é fundamental para promover a estabilidade e a segurança global.

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Autor: Guilherme Alves Borges | Meteorologista Climatempo

Desafios globais em 2024: Rumo à sustentabilidade e à cooperação multilateral

O cenário econômico de 2024 é marcado por uma ressurgência da política industrial, impulsionada pela necessidade de desenvolvimento sustentável e transição verde. Enquanto os países lidam com as consequências da pandemia de COVID-19 e tensões geopolíticas, o foco em inovação, resiliência e cooperação multilateral se torna cada vez mais crucial. O último relatório World Economic Situation and Prospects para 2024 destaca o papel cada vez mais fundamental da mudança climática na formação das tendências econômicas globais.

Revitalização da política industrial

A política industrial ganha destaque para promover mudanças estruturais e apoiar a transição verde, abordando falhas de mercado e alinhando a inovação com metas mais amplas de desenvolvimento. Governos em todo o mundo estão adotando abordagens ambiciosas e sistemáticas para políticas de inovação, incorporando metas específicas, incentivos e condicionalidades para tecnologias social e ambientalmente desejáveis. Economias desenvolvidas e algumas grandes nações em desenvolvimento, como China, Estados Unidos e União Europeia, investem pesadamente em setores de alta tecnologia e energia verde, criando uma divisão tecnológica que desafia os objetivos de desenvolvimento de outras nações.

Multilateralismo para o progresso dos ODS

O multilateralismo é considerado essencial para acelerar o progresso em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente diante de choques disruptivos, como a crise climática e conflitos crescentes. As Nações Unidas desempenham um papel de liderança na revitalização do multilateralismo eficaz, com o Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável adotando uma declaração política em setembro de 2023. Prioridades para a cooperação internacional incluem revitalizar o sistema de comércio multilateral, reformar a política de desenvolvimento e a arquitetura financeira global e abordar desafios de sustentabilidade da dívida para países de baixa e média renda.

Prioridades globais críticas:

Reforma do sistema de comércio multilateral

A desaceleração do comércio global destaca a necessidade de reformas no sistema de comércio multilateral sob a Organização Mundial do Comércio (OMC). Reformas urgentes são necessárias para resolver desacordos, acelerar acordos globais de comércio e enfrentar desafios como o aumento de restrições comerciais.

Financiamento para desenvolvimento e sustentabilidade da dívida

Cooperação internacional necessária para reestruturar a dívida e enfrentar desafios de refinanciamento, com a Mesa Redonda Global sobre Dívida Soberana facilitando a colaboração. A iniciativa SDG Stimulus pede reformas urgentes no sistema financeiro internacional e um aumento de $500 bilhões por ano em investimentos nos ODS.

Aumento do Financiamento Climático 

O financiamento climático permanece abaixo do necessário, dificultando os esforços globais de combate às mudanças climáticas. A operacionalização do Fundo de Perdas e Danos e o aumento dos compromissos de financiamento são cruciais para ajudar países vulneráveis diante de desastres climáticos. Reduzir subsídios aos combustíveis fósseis, fortalecer o papel dos bancos multilaterais de desenvolvimento e promover a transferência de tecnologia são vitais para fortalecer ação climática global.

O relatório destaca a necessidade de colaboração internacional, reformas urgentes e iniciativas estratégicas para enfrentar os desafios complexos e criar um caminho para o crescimento econômico global sustentável e inclusivo.

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Autor: Guilherme Alves Borges | Meteorologista Climatempo

Crédito de carbono no Brasil: Potencial bilionário

O mercado de crédito de carbono desponta como uma importante fonte de receitas, tanto para o Brasil quanto para o mundo. O estudo da ICC Brasil prevê que as receitas para o Brasil possam atingir US$ 100 bilhões até 2030 e ultrapassar USD 300 bilhões até 2050. Este mercado, em constante crescimento, ganhou destaque no cenário brasileiro, registrando um aumento notável de 236% em 2021, segundo relatório da FGV com dados do Ecosystem Marketplace.

Potencial brasileiro e regulamentação

O Brasil, detentor de considerável potencial, projeta suprir até 37,5% da demanda global no mercado voluntário e 22% no mercado regulado pela ONU até a próxima década. Esse cenário motivou a publicação do Decreto 11.075/22, marco inicial para a regulamentação do mercado de créditos de carbono no país, com a meta de estabelecer um mercado regulamentado até 2025.

Posicionamento global

Atualmente, o mercado europeu lidera, respondendo por cerca de 90% da comercialização global de crédito de carbono. O Brasil ocupa a sétima posição, com 4,6 mtCO2e, enquanto os principais mercados voluntários estão na Índia, EUA e China.

Funcionamento do mercado

O mercado de crédito de carbono opera através do comércio de emissões e do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Projetos de MDL geram Reduções Certificadas de Emissão (RCEs), negociadas com entidades que não alcançam suas metas de emissão.

A regulamentação varia por país, sendo no Brasil estabelecida pelo Decreto nº 5.882, de 2006. Existem dois mercados: o regulamentado, com limites e compra/venda de permissões obrigatórias, e o voluntário, onde a aquisição de créditos é opcional.

Protocolo de Kyoto e mecanismo de desenvolvimento limpo

O Protocolo de Kyoto define padrões de emissões, permitindo a venda de créditos excedentes através de Emission Reduction Purchase Agreements (ERPAs). O MDL apoia países em desenvolvimento, gerando créditos para iniciativas sustentáveis.

Valor e negociação dos créditos

Como qualquer moeda, o valor do crédito de carbono varia, influenciado por fatores econômicos, de mercado e ambientais. As negociações ocorrem diretamente ou no mercado secundário regulado por bolsas de valores.

Desafios e requisitos para entrar no mercado

Participar desse mercado demanda elaboração de projetos, incluindo cálculos de redução de gases de efeito estufa, podendo envolver consultoria especializada. No contexto brasileiro, ainda não existem regras claras, o que reforça a necessidade de profissionais ambientais para a condução eficaz dos projetos.

Legislação e atualizações no brasil

Na esfera legislativa, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto que regula o mercado de carbono no Brasil. Empresas que excederem limites de emissões deverão compensar adquirindo créditos, sob pena de sanções. O texto cria o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), abordando multas, limites de emissões, e a inclusão de atividades agropecuárias gera polêmica.

O mercado de crédito de carbono assume um papel central na agenda verde, buscando equilibrar interesses econômicos e ambientais. Com o projeto agora no Senado, o Brasil avança para regulamentar um mercado crucial para o futuro sustentável do planeta, consolidando-se como um protagonista na mitigação das mudanças climáticas.

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Autor: Guilherme Alves Borges | Meteorologista Climatempo

Ações pela sustentabilidade: papel individual na crise climática

A crise climática que enfrentamos exige a adoção imediata de práticas sustentáveis. E E práticas sustentáveis ganham destaque mais uma vez em meio à crise climática que envolve o planeta e está longe de ter solução. Conscientizar, cuidar, promover são papéis de todos. Mas você já se perguntou como contribui para a sustentabilidade do planeta?

O conceito de sustentabilidade

A sustentabilidade transcende o mero cuidado ambiental. Envolve o desenvolvimento de produtos, bens e serviços que respeitem os limites do meio ambiente e promovam o bem-estar da Terra e de todos os seres vivos. Além do aspecto ambiental, a sustentabilidade também abrange o desenvolvimento econômico e a responsabilidade social.

A Crise do clima e os compromissos do acordo de Paris

O Acordo de Paris, assinado em 2015, estabeleceu metas ambiciosas para conter o aumento da temperatura global. No entanto, análises atuais indicam que corremos o risco de ultrapassar o limite de 1,5°C até 2034, quase uma década antes do previsto. Essa urgência é impulsionada pelo aumento das temperaturas globais, evidenciado pelo rápido avanço em direção aos limites críticos.

O papel crucial das empresas e o ESG

Para enfrentar a crise climática, a construção da sustentabilidade deve ocorrer em todas as frentes, especialmente no ambiente corporativo. Os princípios ESG (Ambiental, Social e Governança) oferecem um guia fundamental para as empresas. A integração de práticas ambientais responsáveis, responsabilidade social e governança ética não só beneficia o meio ambiente, mas também fortalece a reputação das empresas e sua sustentabilidade a longo prazo.

O engajamento pessoal na construção da Sustentabilidade

Além do papel crucial das empresas e dos princípios ESG, as pessoas desempenham um papel fundamental na construção da sustentabilidade. O engajamento individual é vital para criar uma mudança significativa, permitindo que cada pessoa contribua de maneira única para um futuro mais sustentável.

Contribuições Individuais:

  • Consumo Consciente: As escolhas de consumo têm impacto direto no meio ambiente. Optar por produtos sustentáveis e apoiar empresas ecoconscientes são maneiras eficazes de promover a sustentabilidade no nível individual.
  • Participação em Iniciativas Locais: Envolvimento em projetos locais, como reflorestamento, limpeza de praias e reciclagem comunitária, fortalece laços com a comunidade e cria impacto tangível.
  • Educação e Conscientização: Promover a conscientização sobre questões ambientais, consequências da crise climática e práticas sustentáveis é essencial. A educação, por meio de programas e campanhas, desempenha papel crucial nesse processo.

Diante da urgência da crise climática, a sustentabilidade emerge como a chave para um futuro equilibrado. Não se restringindo apenas ao âmbito ambiental, ela abraça a responsabilidade social e a governança ética. O papel das empresas, guiadas pelos princípios ESG, é fundamental, fortalecendo não apenas suas reputações, mas também a sustentabilidade a longo prazo. Contudo, é imperativo reconhecer que cada indivíduo desempenha um papel crucial. Através de escolhas conscientes, participação em iniciativas locais e promoção da educação, todos podem contribuir singularmente para um mundo mais sustentável. Ao unir esforços em todas as frentes, desde o corporativo até o pessoal, podemos moldar um futuro onde a harmonia entre o homem e o planeta seja a base para a prosperidade duradoura.

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Autor: Guilherme Alves Borges | Meteorologista Climatempo

A COP28 e os desafios urgentes do aquecimento global

A 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP28) está marcando um momento crucial na busca por soluções ambiciosas para enfrentar as alterações climáticas. O encontro, realizado em Dubai, ocorre em meio a números alarmantes que destacam o impacto das energias fósseis no planeta. Aqui estão alguns pontos fundamentais que resumem a urgência da situação.

Recordes de calor e impactos concretos:

A década entre 2010 e 2020 já entrou para a história como a mais quente já registrada, com uma temperatura média global 1,1ºC superior ao período pré-industrial. O derretimento recorde de geleiras, camadas de gelo e o aumento médio de 4,5 mm por ano no nível dos oceanos são evidências tangíveis dos efeitos nefastos do aumento das temperaturas.

Novembro de 2023 marcou o sexto mês consecutivo de recordes de temperatura, atingindo 1,75ºC acima do nível de referência, alertando para a inevitabilidade de 2023 ser o ano mais quente já registrado. Compromissos climáticos assumidos colocam o planeta em uma trajetória de aquecimento entre 2,5ºC e 2,9ºC até 2100, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

Emissões de dióxido de carbono e responsabilidades globais:

As emissões mundiais de dióxido de carbono aumentaram 1,1% no ano passado, sendo que cerca de dois terços dessas emissões são provenientes de energias fósseis. Os Estados Unidos e a China, responsáveis por 41% das emissões em 2021, destacam a necessidade de ações conjuntas das maiores economias para reverter essa tendência.

Ao longo do período de 1850 a 2021, os Estados Unidos, China e União Europeia foram os principais responsáveis pelo aquecimento global. A China projeta um aumento de 4% em suas emissões de CO2 em relação a 2022, enquanto a Índia, terceiro maior emissor, verá um crescimento de 8% em 2023.

Desafios na redução de emissões e metas do Acordo de Paris:

O Acordo de Paris estabeleceu metas ambiciosas, mas as emissões de gases do efeito estufa ainda estão aumentando. Apesar dos esforços para reduzir essas emissões, as projeções indicam apenas uma diminuição de 3% em relação às previsões anteriores de aumento de 16% até 2030. Para conter o aquecimento global até 1,5ºC, as emissões precisam diminuir em 43% até 2030 em comparação com os níveis de 2019, de acordo com o IPCC.

O desafio do metano e a importância das energias renováveis:

O metano, segundo maior contribuinte para o aquecimento global depois do CO2, representa cerca de 30% do aumento das temperaturas desde a revolução industrial. As emissões desse gás, provenientes principalmente da agricultura e combustíveis fósseis, podem aumentar 13% até 2030, exigindo uma redução de 60% para atingir as metas de Paris.

O desenvolvimento de energias renováveis, como solar e eólica, é crucial para reduzir as emissões de gases do efeito estufa. A Agência Internacional de Energia destaca que as energias limpas têm o potencial de reduzir mais de 25% da demanda por combustíveis fósseis nesta década, contribuindo para uma diminuição de 35% nas emissões de CO2 até 2030.

COP28: desafios e perspectivas:

A COP28 ocorre em um contexto crítico, com o presidente da conferência, Sultan al-Jaber, demonstrando inicialmente negacionismo em relação à ciência climática. Após pressão, o presidente afirmou respeito à ciência e destacou dados sobre o abandono gradual dos combustíveis fósseis.

Análises da OMM e do Copernicus indicam que 2023 será o ano mais quente da história, com uma média de temperatura projetada 1,4°C acima dos níveis pré-industriais. O desafio de reduzir emissões e conter o aquecimento global continua a ser um foco central nas negociações climáticas em Dubai, reforçando a urgência de ações decisivas para enfrentar a crise climática.

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Autor: Guilherme Alves Borges | Meteorologista Climatempo

Destaques das monções ao redor do mundo

As monções desempenham um papel crucial em regiões tropicais e subtropicais, fornecendo água vital para agricultura, abastecimento de água e energia hidrelétrica. Essas chuvas sazonais influenciam a economia agrícola, garantindo segurança alimentar e moldando ecossistemas naturais. Além de regular o clima e reduzir temperaturas, as monções têm significativa importância cultural e social, afetando práticas culturais e celebrativas. O monitoramento das monções é essencial para prever padrões climáticos, gerenciar recursos hídricos e enfrentar os desafios das mudanças climáticas, destacando a imensurável relevância desses fenômenos na vida das populações afetadas.

MONÇÕES AFRICANAS

No continente africano, as últimas semanas têm sido marcadas por padrões climáticos diversos, especialmente nas regiões afetadas pelas monções. Na África Oriental, observou-se uma elevada precipitação em áreas da Tanzânia, Burundi, Ruanda, Uganda, Quênia, Somália, Sudão do Sul e Etiópia, enquanto o sudoeste etíope e algumas áreas do Quênia e Uganda registraram índices abaixo da média.

A situação na África Central também apresentou contrastes significativos, com chuvas acima da média em vastas áreas da República Centro-Africana, República Democrática do Congo (RDC), Camarões, Guiné Equatorial e Gabão. No entanto, bolsões no sudoeste da RDC e no centro-oeste do Congo experimentaram precipitação abaixo da média.

Já na África Ocidental, houve uma tendência de chuvas acima da média em partes da Guiné, Serra Leoa, Libéria, Costa do Marfim, Gana, Togo, Benim e sudeste da Nigéria. Esses padrões climáticos refletem a complexidade das monções africanas, influenciadas por diversos fatores geográficos e meteorológicos.

Previsões futuras: Para a próxima semana, as previsões indicam persistência de chuvas intensas em várias regiões, como Guiné Equatorial, Gabão, Congo, RDC, Uganda, Tanzânia, Quênia, Ruanda, Burundi, Angola, África do Sul, Eswatini e Lesoto. Contudo, há uma expectativa de déficit de precipitação em nações como Zâmbia, Botswana, Zimbábue, Malawi, Moçambique, Namíbia, Etiópia, Somália, Quênia, Libéria, Costa do Marfim e Gana.

MONÇÕES ASIÁTICO-AUSTRALIANAS 

Nos últimos 90 dias, a Índia central e sul enfrentou déficits de chuva, enquanto Birmânia, Mar da China Meridional e China experimentaram precipitações acima da média. A Austrália, bem como partes do arquipélago indonésio, testemunharam chuvas abaixo da média.

Situação atual: Nas últimas 30 dias, o sul da Índia peninsular recebeu chuvas ligeiramente acima do normal, contrastando com a normalidade registrada na China, Birmânia e na maior parte do Mar da China Meridional. Filipinas e Indonésia começam a sentir os efeitos negativos do El Niño, enquanto a Austrália manteve chuvas normais, especialmente nas regiões costeiras do norte.

Perspectivas futuras: Para as próximas duas semanas, as previsões indicam chuvas normais a acima do normal no sul da Índia, leste da China e partes do sudeste asiático, enquanto áreas costeiras do norte da Austrália devem enfrentar condições mais secas. Essas previsões sugerem uma continuidade de padrões climáticos diversos na região.

MONÇÕES SUL-AMERICANAS 

No continente sul-americano, a Bacia Amazônica e o Planalto Brasileiro apresentam déficits de precipitação nos últimos 90 dias.

Última semana: Chuvas abaixo da média foram observadas no centro e noroeste do Brasil, leste da Bolívia, norte do Peru, Colômbia e sul da Venezuela, enquanto o sul do Brasil, nordeste da Argentina e sul do Paraguai registraram precipitações acima da média.

Previsões para a semana atual: Expectativa de chuvas abaixo da média para o centro do Brasil, sul do Chile, norte da Colômbia, sudeste da Venezuela, norte da Guiana e partes do norte da Argentina. Por outro lado, prevê-se chuvas acima da média para o sul do Brasil, norte do Peru e sul da Colômbia.

Conclusão: As monções continuam a desempenhar um papel crucial nos padrões climáticos globais, impactando várias regiões de maneiras distintas. As previsões indicam que essa diversidade climática persistirá, exigindo atenção contínua para gerenciar possíveis impactos nas comunidades afetadas. Para dúvidas ou comentários, estamos à disposição, entre em contato através do e-mail climadofuturo@climatempo.com.br.

Autor: Guilherme Alves Borges | Meteorologista Climatempo

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