Ventos a favor: como a meteorologia pode mudar o uso da energia no Brasil

24 de junho de 2020

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Ventos a favor: como a meteorologia pode mudar o uso da energia no Brasil

Com proporções continentais e mais de 200 milhões de habitantes, o Brasil tem um alto consumo de energia. Grande parte dela proveniente de usinas hidrelétricas, que de acordo com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), atualmente, 60% do total da energia consumida no país vêm dessa fonte. Todavia, esse cenário caminha para uma importante mudança. Segundo dados do Grupo BP, até 2040 haverá um salto no consumo de energias renováveis (com foco nas energias solar e eólica): um crescimento de 173%, chegando as 112 milhões de toneladas equivalentes de petróleo.

Visto este cenário, as novas demandas crescentes irão exigir bastante dos recursos energéticos brasileiros, e a inovação fará parte da rotina diária das empresas deste segmento. Um bom exemplo disso, é a implementação de parques eólicos Offshore. Em alto mar, os ventos tendem a ter uma velocidade superior e mais constante em relação ao continente, o que implica na maior geração de energia utilizando uma mesma turbina. Além disso, para países como o Brasil, onde importantes centros de cargas estão localizados próximos à costa, o projeto Offshore se torna ainda mais vantajoso.

Porém, o motivo da participação ainda modesta de eólicas Offshore no mundo, são em sua grande maioria voltadas para causas ambientais, onde ondas, tempestades e até mesmo a água salgada causam grandes transtornos durante a instalação e manutenção dos aerogeradores. Por isso, um monitoramento de tempo e mar se tornam imprescindíveis no planejamento da melhor janela para essas atividades. Ademais, a união da norueguesa StormGeo com a Brasileira Climatempo pode garantir um futuro próspero para este novo projeto.

Por outro lado, não existe dúvida de que a ocorrência de tempestades severas e sua influência no bolso de empresas de geração, distribuição e até mesmo de transmissão de energia são significativas. Por exemplo, a interrupção da transmissão de energia elétrica pode causar multas na ordem de milhares de reais por minuto interrompido, e, muitas vezes, essas interrupções podem estar associadas a ocorrência de raios, ventos fortes e até mesmo queimadas. Nesse caso, um monitoramento preciso para a faixa de servidão da linha pode garantir uma antecedência preciosa para mobilização da equipe de manutenção em lugares estratégicos de acordo com a previsão de tempo severo.

Nos próximos anos, a inovação estará cada vez mais presente no mercado energético brasileiro, em um mercado onde água, vento e sol geram receita o bom planejamento meteorológico se tornará um grande divisor de águas para as empresas produzirem mais com menos!

Por Vitor Hassan, meteorologista da Climatempo.

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