O que a chegada do El Niño significa?

21 de julho de 2023

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O que a chegada do El Niño significa?

El Niño é caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Pacífico Equatorial, mas quais são as implicações disto para nós?

Ele ocorre devido ao enfraquecimento e posterior inversão na direção dos ventos alísios, que permitem novamente o aquecimento das águas do Pacífico central e leste (Philander, 1985).

Em condições normais, os ventos alísios transportam as águas superficiais em direção ao oeste, o ar aquecido acima dessas águas, é leve e úmido, ao alcançarem uma determinada altitude essas gotículas de água condensam, ocasionando chuvas na região da Oceania. Ao longo da costa da América (região da onde as águas superficiais foram retiradas) as águas mais frias do fundo são “puxadas” para a superfície em um movimento  conhecido como ressurgência. O El Niño altera esse equilíbrio, com o enfraquecimento dos ventos alísios. A água aquecida que antes era transportada para o oeste se desloca para a América do Sul fazendo com que as chuvas também se aproximem do continente   (Figura 1). No Brasil, o El Niño costuma ter diferentes efeitos sobre as regiões do Brasil (Figura 2). O ar aquecido sobre o Pacífico desce no Nordeste do Brasil, em um  movimento intenso de subsidência do ar, que vem de cima para baixo e inibe o desenvolvimento de nuvens nesta região, além de diminuir as chuvas no Norte e Nordeste provocando secas e queimadas. Na Região Sul do país as chuvas tendem a se intensificar.

Figura 1

Dado essas informações, nesse ano de 2023 temos confirmação de El Niño de acordo com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA). Com a confirmação de El Niño para este ano, o governo americano relatou sobre como esse fenômeno poderá acontecer: temos 84% de possibilidade da versão moderada do fenômeno,  56% para versão mais intensa, 12% para versão mais fraca e 7% de chances do El Niño não ocorrer. O INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) destacou que esse fenômeno deve durar até pelo menos o final do ano de 2023 e esta ocorrência será a 11ª do fenômeno desde 1950.

De acordo com cientistas, as atividades econômicas globais dos anos seguintes ao fenômeno têm uma particularidade  comum: o crescimento econômico desacelerado que se prolonga por mais de cinco anos. Temos um estudo executado por Cristopher Callahan e Justing Mankin da Universidade de Dartmouth que foi publicado na revista “Science”, onde foi averiguado os custo gerados a longo prazo pelo El Niño desde seu primeiro registro, como isso apresentado um custo médio de cerca de US$ 3,4 trilhões (cerca de R$ 16,8 trilhões). Para fenômeno deverá gerar um rombo de US$ 3 trilhões (14,8 trilhões) na economia universal até 2029. 

Figura 2

Autor(a): Jeu Enderson Santos Silva Do Carmo & Bruna Larissa Aires De Oliveira – Centro Acadêmico de Meteorologia da UEA

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